- Fale um pouco sobre quem é o Mano, sobre suas principais conquistas e o que te motiva a estar neste mundo do automobilismo:
Meu nome é Ezequias, conhecido como Mano. Moro na Flórida, nos Estados Unidos, há 27 anos. Sempre fui envolvido com automobilismo e essa é a minha paixão. Já corri bastante, um tempo de motocross, de carro e em circuito. Mas a minha paixão mesmo é pelo Drag Race, conhecido por Arrancada no Brasil. É um esporte intenso e que envolve muita engenharia mecânica.
Temos uma equipe com vários profissionais focados em eletrônica, suspensão, motor, embreagem, frenagem do carro e aerodinâmica. É muita coisa envolvida para competir em alguns milésimos.
E vocês não têm ideia de como os milésimos fazem diferença nesse negócio, sabe? Hoje temos muitas conquistas. Mas na verdade, lutamos muito para isso acontecer.
- Ao entrar no carro, antes de uma competição ou prova importante, quando você está buscando o melhor resultado e performance no esporte, qual o primeiro pensamento que vem em mente, antes de girar a chave?
É muito envolvimento presente naquele momento. Então, quando eu entro no carro, coloco o cinto de segurança, o capacete, logo penso “esse momento aqui é mágico”, porque vem um filme na cabeça de tudo o que aconteceu para chegar ali. Noites em claro, viagens, investimento, muita coisa.
É um momento de concentração, mas também de apreciar, de agradecer, de ser grato por estar vivendo ele. A concentração é crucial, por ser um esporte em que milésimos são importantes.
Quando estou ali penso “Consegui estar aqui de novo”. E então vem o pensamento; Primeiro é de gratidão, afinal, esse esporte é para poucos. É a realização de um sonho para mim. E depois da gratidão vem a concentração para que eu possa fazer a coisa certa. Então, o pouco tempo que tenho eu preciso fazer dar certo
- Fale um pouco sobre sua preparação como piloto: Como é o preparo físico para ser um piloto de arrancada?
O piloto de arrancada não necessita de um preparo físico como um piloto de motocross, de kart, de circuito. Mas qualquer peso conta muito em um carro de arrancada. Eu já perdi 13 quilos e vocês não tem noção da diferença que isso faz. Me acomodei no carro e fiquei folgado, aliás, tudo ficou.
Tivemos que ajustar todo o carro porque eu perdi peso. É um carro de corrida, então dois ou três quilos dá uma diferença absurda em força. Para a prática de arrancada, é importante estar bem de saúde. É um esporte que não impede uma pessoa sedentária de praticar. É importante ter um preparo psicológico antes da prova, mas eu sou muito disperso. A equipe fica doida comigo, conheço todo mundo desse esporte. São mais de 200 carros correndo, mais de 200 equipes e eu conheço todos. Então, quando eu estou na corrida eu tenho uma moto e fico andando o tempo todo pela área.
No meu box, faço questão de todos serem bem-vindos. O clima nele já é alto astral, música alta, todo mundo sorrindo. Por pior que seja a situação, é uma quebra, a gente está em um clima bom e isso faz uma diferença absurda, serve para nossa concentração.
- E sobre o veículo? Como ele é preparado para as competições? Quantas pessoas estão envolvidas na sua oficina?
Meu carro é um Cobalt americano, feito em carbono, tubular e desenvolvido pela GM Performance, dos Estados Unidos. Foram feitos quatro carros igual ao meu. Motor 2,2 ECOTEC de 2.000 cavalos de potência, um turbo Charger. Ele tem muita engenharia envolvida, possui um chassi todo desenhado, pensado em peso e tração, além de uma suspensão toda planejada também. Meu chefe de equipe cuida de toda a eletrônica do carro. Pelo computador ele sabe a velocidade de cada roda, a temperatura do ar, a temperatura do motor, temperatura da turbina, pressão de água da turbina, a pressão de óleo, pressão atmosférica, temperatura do ar, temperatura do piso, temperatura do pneu. Ele consegue ver tudo o que aconteceu com o carro e o que poderá acontecer.
Temos um profissional específico para embreagem, outro que cuida de todo o fluído do carro, combustível e óleo. Há também um especialista de motor. Nossa equipe tem umas seis pessoas envolvidas mais dois mecânicos que estão juntos, cada um numa ponta do carro. Ele que faz especificamente o trabalho deles, né?
Meu carro foi desenvolvido nos Estados Unidos, com toda a tecnologia de ponta. Faz 10 anos que levei meu carro para o Brasil e hoje ele tem aproximadamente 80% de equipamento brasileiro. O meu próximo passo é fazer um carro 100% no Brasil e correr nos Estados Unidos. Meu carro serve também de laboratório para várias empresas testar novos itens de alta performance.
- A linha GEDORE red é a linha profissional da GEDORE, com foco em profissionais e oficinas de reparação e manutenção automotiva. Comente quais ferramentas GEDORE red são inseparáveis para no dia a dia das competições?
Usamos toda a linha GEDORE red e ela está dentro do box. Mais algumas coisas da linha GEDORE e ROBUST. A gente usa muito torquímetro. Todos os parafusos do meu carro possuem especificações de torque e a GEDORE tem a precisão nessas ferramentas que não se compara no mercado. Não existe outra companhia com as precisões de torquímetro da GEDORE.
Normalmente temos sempre por perto chaves de boca e catracas. É muito gratificante ter a parceria da GEDORE. É uma grande satisfação de ter uma ferramenta de qualidade em mãos. É uma imensidão de tantas boas ferramentas de qualidade. Demais competidores sempre encontram ferramentas GEDORE em meu box quando precisam e eu sempre estou disposto a ajudar. É uma empresa que a gente tem uma parceria há muito tempo e eu sou muito feliz.
- Recentemente você conquistou o recorde mundial de arrancada, aliás, superando um recorde que já era seu. Qual foi a sensação dessa conquista? Fale um pouco sobre a emoção do seu time também!
Eu já fiz o recorde mundial há alguns anos e tinha perdido para um brasileiro. O carro de corrida é minucioso e é difícil também. Muita gente não entende. Quando alcançamos um a gente se abraça, chora, grita porque é muito difícil, é muito difícil. Tivemos em setembro do ano passado um alagamento em Lajeado e tudo ficou debaixo d’água. Quando eu digo tudo é tudo. O carro ficou dois dias debaixo d’água, todas as ferramentas e todo o meu equipamento.
E foi muito difícil recuperar tudo, lavar, trocar, acertar o carro de novo. E a gente refez tudo. Do zero. Mas ainda teve alguns probleminhas. Então, assim, no último um ano e meio, a gente vem lutando muito com o carro, não por quebra de motor, mas são detalhes de um carro de corrida, coisas normais.
É muita performance em jogo. Então quando a gente conquista algo já é grande um alívio e mostra que estamos no caminho. Quando alcançamos o recorde e superamos, fiquei muito feliz. Eu fiquei doido, cara.
Esse ano de novo nós perdemos o pavilhão e dessa vez não pegou o carro, mas alagou todas as coisas. Um problema, sabe?
O pessoal da minha equipe ama esse esporte. Eles viram noites por paixão porque eles adoram e essas conquistas é algo surreal, sabe? É muito merecido. Tem muito empenho de todo mundo. Então quando o resultado vem é pela resiliência. Um pessoal capacitado com muito esforço, muita paixão, quem faz de coração. Sou muito grato pela minha equipe toda, porque cada um deles faze a diferença. É muito emocionante alcançar um recorde porque a gente sabe que é difícil.
- Qual a mensagem você deixa para quem deseja iniciar a prática de um esporte relacionado ao automobilismo?
Se você fizer algo que gosta, que ama, já é o meio caminho. O automobilismo é uma paixão que já vem de criança, não é possível mensurar. Você vai gostar nem que seja de um carro velho, ou um carro novo. E a Arrancada é um esporte de acesso a todos, com várias categorias.
Então se tu tens um carro antigo ou novo, você tem acesso a arrancada. Uma competição legalizada, com autódromo. Para quem está começando é uma alternativa barata.
Pode ser um Chevette antigo ou um Gol mais velho, você conseguirá competir. Eu tenho um Passat também, 1986. Quando jovem acelerava bastante ele. Fiz todo o motor dele e hoje ele tem uns 600 cavalos de potência.
Um autódromo de Arrancada é muito seguro. Hoje tem escola e regras. E quem gosta de automotor sempre terá uma chavezinha nas mãos para mexer num carburador ou numa injeção, sabe? Sou suspeita a falar, sou apaixonado por isso!
Agradecemos ao Mano pela participação no CONEXÃO GEDORE e desejamos a ele muito sucesso nas pistas e nas competições que estão por vir!
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