ILHAS DIOMEDES: O ARQUIPÉLAGO ENTRE O ONTEM E O AMANHÃ

Você sabia que, olhando para a parte superior de um globo terrestre, vai encontrar um ponto em que apenas 4km separam a América e a Ásia? Isso mesmo. No Estreito de Bering, ficam duas pequenas e isoladas ilhas chamadas Diomedes. De um lado, é Estados Unidos. Do outro, a Rússia! E, entre elas, a diferença de fuso é de 24 horas!

As Ilhas Diomedes são um arquipélago muito particular formado por duas ilhas que se encon¬tram no Estreito de Bering, a ligação mais estreita entre a Ásia e América, conectando o Oceano Ártico ao Oceano Pacífico, entre Rússia e Estados Unidos. Muita coisa chama a atenção neste arquipélago, começando pelo fato que ele se encontra exatamente no ponto por onde passa a Linha Internacional da Data, que divide as duas ilhas, espirituosamente apelidadas de Ilha de Ontem e Ilha do Amanhã. Na realidade, o arquipélago é formado pela Diomedes Maior, que pertence à Rússia e fica próxima à Sibéria, e pela Diomedes Menor, pertencente aos Estados Unidos e próxima ao Alasca. Teoricamente, apenas 4 km separam uma ilha da outra, mas a ilha russa está sempre 24 horas à frente da ilha americana. Enquanto a ilha russa comemora o Ano Novo, por exemplo, a ilha americana ainda precisa esperar mais 24 horas!

Estas ilhas, durante o período da Guerra Fria, eram também chamadas de Cortina de Gelo, já que durante boa parte do ano o percurso entre os dois pontos mais próximos entre as potências arqui-rivais Estados Unidos e Rússia fica congelado e pode inclusive ser atravessado a pé. Há milênios, as ilhas são habitadas por povos esquimós nativos, mas, no final da II Guerra Mundial, a Rússia esvaziou a sua ilha. Alguns dos habitantes foram para o continente, enquanto outros migraram para a Diomedes Menor, já que muitos eram parentes entre si. Do lado ameri¬cano, vivem ainda cerca de 140 pessoas em um povoado localizado em uma das poucas áreas habitáveis da ilha. As ilhas foram divididas politicamente em 1867, quando os Estados Unidos concluiu a compra do Alasca e usou as ilhas para marcar a fronteira com a Rússia.

Diversos escritores já exploraram esta curiosidade de fuso-horário entre as duas ilhas, como o italiano Umberto Eco no seu romance “A Ilha do Dia Anterior”, onde o protagonista é um náufrago que repousa em um navio ancorado em uma das Ilhas Diomedes e, incapaz de nadar, o personagem incorre em especulações físicas, metafísicas e religiosas acerca da Linha Internacional da Data.

Em 1987, um evento emblemático levou as pequenas ilhas às manchetes do mundo inteiro. A nadadora americana Lynne Cox atravessou os quase 4000 metros que separam as ilhas irmãs, num gesto de aproximação entre as super potências que se esforçavam para estreitar os laços há tanto tempo separados.

Há muitos anos existe um projeto, que até hoje não saiu do papel, de construção de uma ponte intercontinental que ligaria a Rússia aos Estados Unidos passando pelas Ilhas Diomedes, em um percurso total de 85 km, que é a largura do Estreito de Bering. No entanto, dificulda¬des técnicas devido ao inverno rigorosíssimo na região impossibilitam o prosseguimento de qualquer projeto do gênero.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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